Enquanto os indicadores oficiais ainda revelam desafios no mercado de trabalho brasileiro, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece ter encontrado o pleno emprego em outro lugar: na máquina pública. Dados de 2025 mostram que o Executivo federal conta atualmente com 50.124 cargos comissionados, número que representa quase 18 mil postos a mais em comparação com 2019.

As vagas, distribuídas entre ministérios e órgãos federais, são preenchidas sem concurso público e por livre nomeação. Na prática, isso significa uma expansão acelerada da estrutura administrativa, com o aumento de indicações políticas e o consequente inchaço da folha de pagamento.

A Esplanada dos Ministérios tem funcionado como um grande balcão de ocupação política, onde cargos se multiplicam em ritmo de promoção de fim de ano. Para o contribuinte, resta a expectativa — cada vez mais impaciente — de que esse crescimento resulte em serviços públicos mais eficientes, e não apenas em acordos políticos formalizados no Diário Oficial.

O contraste entre o discurso de responsabilidade fiscal e a ampliação da máquina estatal reforça críticas de que o governo aposta mais na ocupação de cargos do que na entrega de resultados concretos à população.