Sob a gestão do prefeito Evandro Leitão (PT), a prefeitura de Fortaleza  iniciou a distribuição de implantes contraceptivos subdérmicos para adolescentes entre 10 e 19 anos. Segundo dados da Secretaria Municipal da Saúde, até março deste ano mais de 600 jovens já haviam recebido o método, que tem duração de até três anos e é considerado um dos mais eficazes na prevenção da gravidez precoce.

A iniciativa, porém, gerou forte reação na Câmara Municipal. Parlamentares da oposição questionam a inclusão de meninas a partir dos 10 anos no público-alvo do programa. O vereador Julierme Sena (PL) classificou a medida como uma “inversão de prioridades” e afirmou que a política “coloca em risco uma geração inteira”.

Para os críticos, a gestão deveria investir em diálogo com famílias, educação sexual nas escolas, reforço de valores e ações de proteção contra a iniciação precoce da vida sexual, em vez de recorrer a um método considerado invasivo e polêmico.

A prefeitura defende que a estratégia está inserida em políticas de saúde pública voltadas a adolescentes em situação de vulnerabilidade social, com avaliação médica e consentimento formal dos responsáveis. O objetivo, segundo a administração municipal, é reduzir os índices de gravidez não planejada na adolescência, que permanecem altos no Ceará.