O jornal O Estado de S. Paulo publicou um editorial contundente em que acusa o ministro Alexandre de Moraes de adotar posturas que fomentam o extremismo que ele afirma combater. O texto critica a atuação do ministro após o atentado contra o STF, destacando sua postura como um “juiz universal da democracia” e apontando ações que extrapolam os limites do papel judicante esperado de um magistrado da mais alta Corte do país.
Segundo o artigo, Moraes foi rápido em associar o atentado à Praça dos Três Poderes aos eventos de 8 de janeiro, vinculando os fatos sem que houvesse uma análise judicial concluída. O editorial também ressalta que essa postura é vista como um reforço da crença do próprio ministro de que teria ocorrido uma tentativa de golpe de Estado naquela data.
Outro ponto destacado pelo artigo é a insistência de Moraes em usar episódios como o atentado para defender a regulação das redes sociais, um tema que, conforme o editorial, compete ao Congresso Nacional e não ao Judiciário. A tentativa de centralizar poderes em questões fora do alcance constitucional do STF foi duramente criticada.
O Estadão rememorou o comportamento do então juiz Sergio Moro na operação Lava Jato, argumentando que a vaidade e o viés ideológico de Moraes se assemelham ao que já foi testemunhado no passado. O jornal observa que Moraes age como um analista político e utiliza sua posição no STF para sustentar narrativas que vão além do âmbito jurídico, comportamento que, segundo o veículo, compromete a imparcialidade necessária à magistratura.
O editorial afirma que as opiniões de Moraes sobre os desdobramentos do atentado ou sobre a eventual anistia aos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro são irrelevantes e não deveriam ser expostas publicamente. A postura do ministro foi classificada como inadequada e desalinhada ao papel constitucional do STF. O texto reforça que as opiniões sobre temas políticos ou jurídicos devem ser expressas apenas nos autos do processo.