Manifestantes contrários ao anúncio oficial do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) que declarou Nicolás Maduro como presidente reeleito da Venezuela tomaram as ruas do bairro de Catia, em Caracas, na tarde desta segunda-feira (29). As manifestações começaram pacíficas, com a presença policial garantindo a segurança, e até o momento não houve registro de confrontos ou feridos.
Os protestos intensificaram-se após a confirmação de vitória de Maduro, anunciada pelo CNE, órgão presidido por um aliado do presidente. Nessa eleição, Maduro obteve 51,2% dos votos, enquanto o oponente Edmundo González alcançou 44%. No entanto, a oposição alega que González teria vencido com 70% dos votos segundo pesquisas de boca de urna.
Com a proclamação dos resultados menos de 24 horas após o fechamento das urnas, o clima de insatisfação popular tomou conta das ruas de Caracas. Caso complete o novo mandato, Maduro permanecerá no poder por um total de 17 anos, superando seu antecessor Hugo Chávez que governou a Venezuela por 14 anos.
Os panelaços começaram na capital logo após o anúncio do CNE e são um reflexo do descontentamento da oposição que acusa o órgão de ocultar atas e maquiar os resultados das eleições. O grupo opositor argumenta que, de acordo com as pesquisas de boca de urna, Edmundo González teria vencido com uma margem significativa sobre Maduro.Os protestos acontecem devido à falta de transparência nas eleições, conforme alegam os opositores.
Eles acusam o CNE de manipulação de resultados e ocultação de dados. O governo brasileiro também manifestou preocupação com a situação, afirmando que está acompanhando com atenção o processo de apuração e aguardando a divulgação de informações mais detalhadas pelo CNE.
Como o governo brasileiro reagiu?
O governo do Brasil destacou que acompanhará de perto o processo de apuração e espera a divulgação de dados mais detalhados por parte do CNE. Essa postura foi considerada essencial para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito. Os dados esperados incluem informações presentes nas atas dos locais de votação.
O descontentamento da população se reflete nas ruas, onde a oposição se uniu em torno da candidatura de Edmundo González em uma tentativa de trazer mudanças para o país. Os panelaços e manifestações evidenciam a crise política e a insatisfação com o governo atual.
O que está em jogo?
Caso Nicolás Maduro complete seu novo mandato, ele permanecerá no comando da Venezuela por 17 anos, superando Hugo Chávez. A longa permanência no poder, associada às acusações de manipulação eleitoral, intensificou a crise política e social no país.
Com as ruas de Caracas tomadas por manifestantes, o cenário político na Venezuela torna-se cada vez mais incerto. A população clama por um processo eleitoral mais transparente e pela garantia de que suas vozes sejam ouvidas. A crise na Venezuela é um reflexo da insatisfação com a atual gestão e da busca por mudanças significativas no governo.