A justiça determinou a soltura de quatro policiais militares suspeitos de participar do homicídio de enfermeira, na noite desta sexta-feira (7). Jandra Mayandra da SilvaSoares, de 36 anos, foi morta dentro seu veículo, na Avenida Presidente Castelo Branco, no bairro Pirambu, em Fortaleza, no último dia 15 de maio. Os agentes foram presos na última quinta-feira (6).
Conforme apurado , os agentes foram identificados como Dhoze Rafael Lima Ferreira, Gleidson da Silva Farias, Emanuel Fernandes Lima e Wladimir Cristiano Garcia.
"O fato é que quatro policiais acessaram os dados dela, no sistema policial. Foi uma coisa muito forte prender por causa disso. Nesse caso não tinha nenhum indício, ou indicação, que eles poderiam atrapalhar a investigação, ou fugir", destacou Walmir Medeiros, advogado de defesa de Dhoze Rafael e Emanuel Fernandes.
A decisão do pedido de soltura partiu da Delegacia de Assuntos Internos (DAI), da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD). Conforme a defesa, os agentes que ele representa haviam acessado os dados após o homicídio da enfermeira.
"Diante do exposto, revogo a prisão temporária dos representados Dhoze Rafael Lima Ferreira, Gleidson da Silva Farias, Emanuel Fernandes Lima e Wladimir Cristiano Garcia, devendo a Secretaria de Vara expedir de imediato os respectivos alvarás de soltura", diz decisão assinada pelo juiz Raimundo Lucena Neto, da 5ª Vara do Júri, da Comarca de Fortaleza.
LINHAS DE INVESTIGAÇÃO DO CRIME
A primeira informação que surgiu para a Polícia, no local do crime que vitimou Jandra Mayandra da Silva Soares, indicava que o homicídio tinha sido motivado por uma briga de trânsito. Segundo testemunhas, um motociclista colidiu na traseira do carro da vítima, na parada de um semáforo.
Pouco tempo depois, o mesmo motociclista bateu no retrovisor do carro dirigido por Jandra Mayandra. Em seguida, o suspeito passou pelo automóvel e efetuou disparos contra a enfermeira, que morreu no local, na Avenida Presidente Castelo Branco. Uma passageira do carro saiu sem ferimentos.
O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, se deslocou para a ocorrência e colocou uma equipe para investigar o caso. Policiais do DHPP realizam levantamentos na região e oitiva de testemunhas, nos dias seguintes.
Outra linha de investigação surgiu durante o trabalho policial. A reportagem apurou, com fonte da Polícia Civil e com um colega de trabalho da vítima, que Jandra Mayandra registrou um Boletim de Ocorrência (BO) pelo crime de ameaça, em 2023.
A enfermeira teria sofrido ameaças, nas redes sociais, de uma suposta funcionária demitida de uma empresa terceirizada, que prestava serviços a uma unidade de saúde onde a vítima trabalhava. Nas mensagens, a mulher atribuía a Jandra a responsabilidade por ela ter sido demitida.
Jandra Mayandra da Silva Soares era natural de Floriano, no Piauí. Ela era gerente administrativa no Hospital Dr. Oswaldo Cruz (Hdoc) e antes havia trabalhado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Sobral.