A Polícia Civil de Varjota prendeu na tarde deste sábado (28/10), Rafael Machado Ramos de Vasconcelos, acusado de ter assassinado a própria esposa, a professora Flávia Maria Lopes de Sena Vasconcelos, a golpes de faca, cujo crime ocorreu na última terça-feira e provocou repercussão estadual, dado os requintes de crueldade contra a vítima. O homem foi capturado na sua residência, após os policiais chegarem no local para cumprir o mandado de prisão.
Desde quarta, quando o corpo foi encontrado na localidade de Cajazeiras, Rafael já era considerado como um possível suspeito, inclusive chegou a prestar depoimento ao delegado e em seguida, liberado. No entanto, os policiais passaram a reunir nestes três dias, indícios contundentes e suficientes de que o feminicídio teria sido praticado por ele, inclusive de forma premeditada, segundo informações preliminares.
O comportamento do homem, desde então, vinha sendo observado pelas autoridades e pela própria população, demonstrando uma certa frieza e uma naturalidade estranha, para quem "acabou de perder a companheira". O acusado não chegou a ir sequer no local do crime quando foi encontrado, para fazer o reconhecimento, e também na última despedida à Flávia, já dentro do cemitério.
Foi o marido que, inclusive, informou à Polícia sobre o desaparecimento e também divulgou nas redes sociais. A vítima saiu de casa por volta das 19h para fazer caminhada e não retornou. "Já procurei em todos os lugares e a polícia já foi acionada. Qualquer informação pelo amor de Deus me liguem ou mandem mensagem. Nossa família está sem chão", dizia a mensagem.
Os investigadores consideraram que Rafael foi a última pessoa a ver Flávia com vida. Além disso, ele apresentou versões contraditórias sobre o desaparecimento. Marcas de sangue foram encontradas no carro dele, no fatídico dia, tendo alegado que as manchas eram provenientes de um acidente de moto que havia sofrido, mas sua versão não convenceu.
Ao chegar na Delegacia de Polícia Civil, logo um multidão, principalmente de mulheres, se aglomerou com faixas, cartazes e palavras de ordem, aos gritos de "assassino", cobrando justiça. Algumas, inclusive, bastante emocionadas, agradeciam ao empenho e resposta rápida dada com a captura. Foi necessário o envio de reforços policiais para garantir a integridade física do acusado, que só conseguiu deixar o local dentro da viatura, em meio ao tumulto, depois de quase uma hora e meia, sendo já encaminhado para o presídio em Sobral.