O município de Turilândia, no Norte do Maranhão, vive uma situação administrativa atípica após o presidente da Câmara Municipal, José Luís Araújo Diniz, conhecido como Pelego (União Brasil), assumir interinamente o comando da prefeitura enquanto cumpre prisão domiciliar.
A posse ocorreu em razão de decisão da Justiça estadual que afastou e determinou a prisão do prefeito José Paulo Dantas Silva Neto, o Paulo Curió (União Brasil), e da vice-prefeita Tânya Mendes (PRD). Ambos são investigados na Operação Tântalo II, deflagrada pelo Ministério Público do Maranhão (MPMA).
A operação apura um suposto esquema de desvio de recursos públicos que pode ultrapassar R$ 56 milhões. Segundo o MPMA, as investigações indicam a existência de empresas de fachada ligadas ao ex-prefeito e a aliados políticos, utilizadas para fraudar contratos da administração municipal. Entre os investigados também está a primeira-dama do município, Eva Curió.
Paulo Curió chegou a ser considerado foragido, mas se apresentou às autoridades na capital São Luís na última quarta-feira (24). Levantamentos do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) apontam indícios de crimes como organização criminosa, fraudes em licitações, corrupção, peculato e lavagem de dinheiro, supostamente praticados durante sua gestão.
A mudança no comando do Executivo foi oficializada por meio de publicação no Diário Oficial de Turilândia na quinta-feira (25), com cerimônia de posse realizada no sábado (27). O ato administrativo também determinou a exoneração do contador Wandson Jonath Barros, igualmente investigado no caso.
Com o afastamento temporário de Pelego da presidência da Câmara, a vereadora Inailce Nogueira (União Brasil) assumiu interinamente o comando do Legislativo municipal. Assim como o prefeito em exercício, ela também cumpre prisão domiciliar.
A reportagem tentou contato com o Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA), o Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), a Câmara Municipal e a Prefeitura de Turilândia, mas não obteve retorno até a publicação. As defesas dos investigados também não foram localizadas. O espaço permanece aberto para manifestações.
