A Organização dos Estados Americanos (OEA), por intermédio da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), encaminhou um ofício ao Congresso Nacional solicitando uma série de esclarecimentos sobre as condenações referentes aos episódios de 8 de janeiro. No documento, a entidade pede informações detalhadas sobre os recursos encaminhados ao Supremo Tribunal Federal, os critérios utilizados para definir as penas, a situação dos presos que ainda permanecem detidos e o estado de saúde dos condenados. A comissão também requisita dados sobre mortes ocorridas durante a custódia, incluindo o caso de Cleriston Pereira da Cunha.
Além disso, a CIDH questiona o tempo de andamento dos processos, o número de audiências realizadas e as providências adotadas para assegurar o direito de defesa e o acesso integral aos autos. Outro ponto levantado diz respeito à permanência prolongada de investigados em presídios federais, como nos estados do Acre e do Pará, e os motivos que justificam essa manutenção. A OEA busca ainda informações sobre atendimento médico e psicológico prestado aos detentos e sobre a comunicação às famílias em situações emergenciais.
O pedido de informações ocorre em um momento de maior pressão internacional, intensificada após a eleição do presidente Trump para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos. A OEA declarou que continuará monitorando o assunto e aguarda a resposta oficial do governo brasileiro para analisar possíveis violações de garantias judiciais.
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