O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), encaminhou para análise da Comissão de Comissão e Justiça (CCJ) da Casa a determinação de perda de mandato da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP).
Zambelli terá um prazo de até cinco sessões da comissão para apresentar sua defesa. Em até mais cinco sessões, a CCJ devem concluir a análise do caso. Seja qual for o parecer, a análise final ficará a cargo do plenário da Câmara.
A parlamentar foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
A condenação da deputada conservadora de direita, foi considerada por seus pares como uma retalhação e perseguição aos bolsonaristas e o presidente Hugo Mota apontado como "conivente" com a perda de autonomia do legislativo.
A CCJ, principal comissão da Câmara, é sempre a primeira responsável pela análise da perda de mandato de parlamentares, mas não tinha sido consultada pelo presidente para este caso.
O recuo de Motta veio após pressão do deputado cearense e de direita André Fernandes (PL), que expressou descontentamento ao discurso inicial do presidente da Câmara, que acataria a decisão do STF sem oportunizar o direito de defesa para Zambeli.
Logo após a calorosa crítica de André Fernandes, Hugo Mota disse: "Darei o cumprimento regimental. Vamos notificar para que ela possa se defender e a palavra final será a palavra do plenário. É isso que vamos fazer, isso é cumprir a decisão”.
No sábado 7, o ministro do STF Alexandre de Moraes comunicou a Hugo Motta que a Casa deveria declarar a perda do mandato de Zambelli, que também foi condenada a dez anos de prisão. No julgamento da bolsonarista, em maio, prevaleceu o voto de Moraes, que determinava a extinção automática do mandato. Aliados de Zambelli, contudo, questionam o entendimento e apontam tendencialismo por parte da maioria dos ministros daquela corte. Crítica agora fortalecida, após vídeo de Gilmar Mendes, dizendo da simpatia pelo socialismo, ter viralizado nas redes sociais.
Carla Zambelli deixou o Brasil e foi para a Itália dias depois da questionada condenação