A ex-deputada federal e candidata à vereadora em São Paulo Joice Hasselmann (Podemos) desembarcou da campanha à reeleição de Ricardo Nunes (MDB) e decidiu apoiar Pablo Marçal (PRTB) na disputa pela prefeitura da capital paulista.
A campanha de Pablo Marçal (PRTB) quer distância da ex-deputada federal e candidata a vereadora Joice Hasselmann (Podemos), e rejeita de forma veemente o apoio que ela afirmou querer dar ao candidato.
A ex-deputada federal e candidata à vereadora em São Paulo Joice Hasselmann (Podemos) desembarcou da campanha à reeleição de Ricardo Nunes (MDB) e decidiu apoiar Pablo Marçal (PRTB) na disputa pela prefeitura da capital paulista.
A campanha de Pablo Marçal (PRTB) quer distância da ex-deputada federal e candidata a vereadora Joice Hasselmann (Podemos), e rejeita de forma veemente o apoio que ela afirmou querer dar ao candidato.“Não apoio Nunes nem amarrada. Meu voto é do Marçal”, disse Joice ao UOL nesta terça-feira (27). A ex-deputada disse que o atual prefeito não tem o “pulso firme que a cidade precisa” e lembrou que ele é alvo de denúncias de corrupção. “Me sinto mais à vontade em apoiar Marçal por causa do histórico do Nunes e das denúncias, como caso do PCC no transporte e da questão das creches e sabe Deus o que mais vem por aí”, argumentou. O prefeito é investigado pela Polícia Federal por suposto envolvimento na máfia das creches, e o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) investiga a ligação de empresas de transporte municipal com o PCC.
“Já vai tarde!”, ironizou prefeito. O candidato à reeleição postou no Stories a matéria do UOL e escreveu que Joice “agora está do lado certo”.
A ex-parlamentar anunciou apoio a Marçal dois dias após publicar nas redes um vídeo em que o chama de “babaca”. Na postagem, Joice acusou o candidato do PRTB de usar o nome dela para gerar intriga entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e Nunes.
Agora, Joice diz que fará tudo o que estiver ao seu alcance para apoiar Marçal. “Não quero nada em troca”, ponderou.
Interlocutores da campanha do prefeito afirmaram à reportagem que Joice pediu liberação ao Podemos para não apoiá-lo. A ex-deputada se filiou à sigla este ano, e o partido integra a coligação de Nunes para a Câmara Municipal.
Joice negou ter pedido liberação, mas disse que conversou com o Podemos sobre um possível apoio da sigla a Marçal. “Eu falei com a Renata (Abreu, presidente nacional do Podemos), disse que acho que o Podemos tem mais o perfil de apoiar o Marçal, mas ela disse que já tinha se apalavrado com Nunes. Eu não me apalavrei com ele, então me sinto livre para fazer minha escolha”, explicou a ex-parlamentar.
Joice comemorou o resultado da pesquisa Veritá divulgada nesta terça que mostra Marçal na liderança da corrida municipal pela primeira vez. Ela comparou o influenciador a uma “massa de pão” e disse que “quanto mais atacam o Pablo Marçal, mais ele cresce”. A ex-deputada ainda provocou Ricardo Nunes. “Ele tá morrendo de medo de não ir pro segundo turno e, ao que tudo indica, não vai mesmo”, afirmou, em tom de deboche.
Joice foi pivô de uma crise entre a família Bolsonaro e Nunes, após o prefeito gravar um vídeo pedindo apoio para ela. Depois do episódio, o ex-presidente disse em uma entrevista que Nunes não era o “candidato dos sonhos” e elogiou Marçal. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho de Bolsonaro, chegou a dizer que o emedebista estava “cavando a própria cova”.
Pouco depois, Nunes gravou vídeo ao lado de Eduardo em que disse que Joice não tem “absolutamente nenhum” apoio. O prefeito afirmou também que a chance dela compor seu secretariado em um eventual segundo mandato é “negativa, menor que zero”.
O estopim para Joice veio quando Nunes apagou o vídeo de apoio a ela. A candidata à vereadora reagiu e disse, em entrevista ao Metrópoles, que o prefeito se “acadelou” para Bolsonaro.
Joice é um dos desafetos da família Bolsonaro. Eleita a mulher mais votada para deputada federal em 2018, ainda pelo PSL, ela foi indicada como líder do governo Bolsonaro no Congresso no início do mandato. Um racha no partido, hoje União Brasil, acabou retirando-a da liderança por decisão do então presidente.