A “invasão” de carros chineses no mercado não está tirando o sono de fabricantes tradicionais apenas no Brasil. Se por aqui os aumentos na alíquota de importação tornaram mais difícil a compra de um modelo eletrificado importado da Ásia, no Canadá a missão está ainda mais complicada. Justin Trudeau, primeiro-ministro canadense, informou nesta terça-feira (27) que o país irá impor uma sobretaxa de 100% em cima de carros elétricos importados da China, além de uma tarifa de 25% sobre alumínio e aço.
O governo do Canadá resolveu adotar uma postura radical após uma consulta pública sobre o assunto. A justificativa de Trudeau é que as novas tarifas alinham o Canadá com o que vem sendo feito na Europa e nos Estados Unidos, pois, segundo ele, a China “não está jogando pelas mesmas regras”. Esse novo cenário colocará ainda mais desafios para os consumidores canadenses interessados em adquirir veículos eletrificados.
De acordo com o primeiro-ministro, a decisão canadense de sobretaxar em 100% os carros elétricos chineses é uma tentativa de frear a vantagem competitiva do país asiático. Esta nova tarifa não vem sozinha; juntamente com ela, a tarifa sobre alumínio e aço importados da China foi aumentada para 25%. Trudeau acredita que essas medidas são necessárias para proteger a economia e a indústria local de um mercado global cada vez mais competitivo e regulamentado.
Por que o Canadá está adotando essas medidas?
A intenção do Canadá de taxar carros elétricos e matérias-primas vindas da China tem um propósito estratégico. O país busca se posicionar como referência global na cadeia de suprimentos para carros elétricos. Para isso, é essencial combater a concorrência chinesa, que tem uma forte presença no setor. Recentemente, o Canadá firmou acordos com fabricantes europeus para reforçar sua própria cadeia de suprimentos, esperando que os Estados Unidos também adiram a essa “frente unida” para frear a invasão chinesa.
Quais serão os próximos passos dessa “frente unida”?
Durante esta semana, o primeiro-ministro do Canadá estará em Pequim ao lado de Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos. A ideia é montar uma “frente unida” para tentar frear o que Joe Biden, presidente dos EUA, rotulou de “vantagem injusta” dos chineses. O objetivo é alinhar estratégias com os principais parceiros ocidentais para equilibrar o jogo na indústria automobilística, especialmente no setor de carros elétricos.
Impactos para os consumidores e a economia
As novas tarifas terão impactos significativos tanto para os consumidores quanto para a economia canadense. Abaixo, alguns dos principais efeitos esperados:
- Aumento nos preços: Os consumidores podem esperar um aumento considerável nos preços de carros elétricos, o que pode desincentivar a compra de veículos mais sustentáveis.
- Incentivo à indústria local: Com menos importação de carros chineses, há a esperança de um fortalecimento da indústria automobilística local.
- Parcerias internacionais: Fortalecimento das relações internacionais com parceiros democráticos, como a União Europeia e os Estados Unidos.
- Reações diplomáticas: A China pode retaliar com medidas semelhantes, afetando outras áreas da economia.