Entre os presos pela PF na nova fase da Operação Overclean, há um policial federal, um vice-prefeito e um secretário municipal da Bahia
A exemplo do ocorrido em Chaval há alguns anos, quando um servidor da polícia civil foi preso por vazar informações para organizações criminosas, nesta 2a feira (23/12) a Policia Federal (PF) prendeu preventivamente um policial federal e outras três pessoas na segunda fase da Operação Overclean, que investiga fraude em licitação, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.
A operação é a mesma que já prendeu o empresário Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo” da Bahia, e o vereador eleito Francisco Nascimento (União Brasil-BA), primo do atual líder do União Brasil na Câmara, deputado Elmar Nascimento (BA).
De acordo com informações, o policial federal foi preso em Salvador, por erepassar“informações sensíveis” à organização criminosa, incluindo a identificação de agentes federais envolvidos em diligências sigilosas.
Os outros três presos também foram detidos na Bahia. Entre eles, estão o vice-prefeito de Lauro de Freitas (BA), Vidigal Cafezeiro Neto; o secretário de Mobilidade Urbana de Vitória da Conquista (BA), Lucas Dias; e o lobista Carlos André, tido como operador do grupo.
Além de efetuar as prisões preventivas, a PF também cumpre 10 mandados de busca e apreensão, uma ordem de afastamento cautelar de um servidor público de suas funções, bem como medidas de sequestro de cerca de R$ 4,7 milhões e apreensão de veículos de luxo.
Segundo as investigações, a organização criminosa é suspeita de movimentar cerca de R$ 1,4 bilhão provenientes de contratos fraudulentos e obras superfaturadas. O grupo contava com a ajuda de policiais, que repassavam informações sensíveis aos criminosos.
Rogério Magno de Almeida Medeiros, já foi superintendente de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) nos governos de Jaques Wagner e Rui Costa (PT).
Na época em que atuava como superintendente da SSP na Bahia, o policial foi exonerado após ter sido citado nas 6ª e 7ª fases da Operação Faroeste, deflagradas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal em 14 de dezembro de 2020, que culminaram no afastamento do ex-secretário de Segurança Pública, Maurício Barbosa, do cargo.