Um homem apontado como integrante de uma facção criminosa foi preso por suspeita de ameaçar eleitores que pretendiam votar em um candidato, no Município de Santa Quitéria, no Interior do Ceará, na deflagração da Operação Voto Livre, neste sábado (5).
A Operação foi realizada pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público do Ceará (MPCE), e com a Polícia Civil do Ceará (PCCE).
O suspeito, que não teve a identidade revelada, foi preso em flagrante pelo crime de integrar organização criminosa. Na ação, também foram apreendidos dois aparelhos celulares, em cumprimento a um mandado de busca e apreensão, expedido pela 54ª Zona Eleitoral, a pedido do Ministério Público.
O MPCE afirmou que, "desde agosto, grupos criminosos que atuam na cidade de Santa Quitéria e municípios vizinhos estariam tumultuando e atrapalhando o processo eleitoral ao coagir eleitores expressamente em quem votar e em quem não votar".
"As ações criminosas também envolvem ameaças, extorsões, pichações e impedimento da realização de eventos de opositores políticos, além da prática de homicídios."
O jornal Diário do Nordeste havia publicado, em reportagem, sobre a interferência das facções criminosas nas Eleições 2024. A reportagem apurou que em cidades do Interior do Estado, como Santa Quitéria, candidatos foram extorquidos pelas organizações para que permitissem que eles "realizassem suas campanhas eleitorais nas áreas dominadas por elas".
Por meio das Promotorias de Justiça de Combate às Organizações Criminosas, o MPCE tem conhecimento das ameaças e afirma em documentos que este é um "novo método de captação de recursos por essas facções".
Além de Santa Quitéria, há investigações em andamento para apurar ataques aos candidatos e eleitores das prefeituras das cidades de Jijoca de Jericoacoara, Sobral e Iguatu. A reportagem apurou que a facção carioca Comando Vermelho (CV) é que estaria por trás dos crimes.