Os acusados pela morte de um coroinha de 15 anos, assassinato na porta de casa, em Fortaleza, devem ir a júri popular no próximo dia 25 de outubro, a partir das 8h30. A data do julgamento foi divulgada no Diário da Justiça Eletrônico (DJE).
A sessão está programada para acontecer em um dos auditórios do Fórum Clóvis Beviláqua. Na ocasião, sentarão no banco dos réus: Pedro Henrique de Morais e João Levi da Silva Oliveira. Também devem ser ouvidas testemunhas de defesa e de acusação.
Além do homicídio, a dupla é acusada de participar da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e pelo crime de corrupção de menores. O crime aconteceu em novembro de 2019.
Os réus foram pronunciados em junho deste ano. Conforme o juiz da 2ª Vara do Júri, existem indícios suficientes para levar a dupla ao júri popular. A reportagem não localizou a defesa dos denunciados.
Conforme o Ministério Público do Ceará (MPCE), no dia 24 de novembro de 2019, ocoroinha Ronald Miguel Freitas de Oliveiratinha voltado da missa e estava na calçada da casa dele na companhia da família.
Ele foi abordado violentamente por Pedro, João Levi e um adolescente, no bairro Jacarecanga.
De acordo com o MP, os acusados "chegaram violentamente tomando para si o telefone celular da vítima, pois acreditavam que o aparelho continha fotografias de pessoas fazendo o sinal do "V" com os dedos, em alusão à facção criminosa Comando Vermelho".
Após inspeção no aparelho, o adolescente e Pedro Henrique teriam saído dizendo que iam buscar uma encomenda. Instantes depois retornaram e o adolescente, em posse de uma arma de fogo, teria efetuado três disparos contra o coroinha: "em seguida, os denunciados saíram caminhando tranquilamente do local".
"Os denunciados e o adolescente se animaram para esta prática delituosa pela simples suspeita de que a vítima teria em seu celular fotos de alguém fazendo o sinal do "V" com os dedos – sinal que faz alusão à facção criminosa Comando Vermelho (CV), associação rival ao grupo criminoso que os denunciados são vinculados, qual seja Primeiro Comando da Capital (PCC). Também restou apurado que os denunciados são integrantes de um segmento do grupo criminoso PCC, relacionando-se hierarquicamente com o inimputável na condição de subordinado, com nítida gerência e influência sobre seus atos infracionais" diz o MPCE
A denúncia foi recebida pelo Poder Judiciário em janeiro de 2020 e a primeira audiência de instrução foi realizada em 2022.