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Divergências internas no Fortaleza aumentam clima de tensão no clube
Esportes
Publicado em 11/07/2024

Classificado às oitavas de final da Copa Sul-Americana como líder do grupo e ocupando a 8ª colocação no Brasileirão, o Fortaleza vive ótimo momento dentro de campo. Nos bastidores, porém, a situação é diferente. E os recentes movimentos expõem publicamente as divergências que, internamente, já eram percebidas.

E toda essa história tem um personagem central: Alex Santiago. Na última terça-feira (9), o presidente da associação publicou em suas redes sociais mensagem enigmática em tom de despedida. E, embora após a repercussão, ele tenha afirmado o contrário, não foi à toa.

A imprensa local divulgou que houve sim, por parte de Alex, indicação de renúncia ao cargo, inclusive com carta de renúncia que seria entregue ao Conselho Deliberativo (confirmando informação anteriormente publicada pelo O Povo).

A insatisfação de Alex Santiago não é de hoje. Visto como braço direito de Marcelo Paz durante os últimos anos, em que ocupou o cargo de assessor da presidência, diretor de futebol e vice-presidente, ele passou a ter mais atribuições ligadas à associação após a transformação em SAF, que separou o futebol do clube.

Desde então, o CEO Marcelo Paz foi quem ficou 100% voltado ao Futebol, e não Alex - que saiu do epicentro do futebol e teve que concentrar outras demandas, como futsal e basquete, por exemplo.

A relação entre ambos passou por turbulências e passou a ser mais distante, embora seja importante destacar que Alex não tinha a caneta, mas não deixou de estar a par de movimentações. Não possuía mais o cargo de "Diretor de Futebol", mas nunca saiu totalmente do Futebol. E as decisões (certas e erradas) passavam também por ele.

Em abril, no entanto, Alex Santiago já havia cogitado a renúncia, mas desistiu do ato. Na época, quando voltou a ser mais atuante na parte de futebol, muito embora o dirigente nunca tenha se afastado por completo.

Porém, depois da chegada de Bruno Costa, a insatisfação aumentou. Bruno foi contratado por Marcelo Paz para ocupar o cargo de Executivo de Futebol, deixado por Sérgio Papellin. Acontece que o perfil do novo dirigente é diferente do seu antecessor. 

Na antiga estrutura, Papellin (visto como "macaco velho", de perfil conciliador e que evitava embates) tocava questões do dia a dia e não se importava que Alex Santiago tomasse livremente a frente nos assuntos vistos como mais estratégicos, como determinadas negociações.

Já Bruno Costa é mais participativo na busca por abraçar mais processos que Papellin, inclusive os estratégicos, havendo assim um "choque de funções" com Alex Santiago, o que desagradou o presidente, que tem se sentido "desprestigiado".

Experiente e de perfil agregador, Marcelo Paz sempre atuou como conciliador para buscar uma pacificação interna, evitando que tais ruídos tomassem maiores proporções.

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